Que Horas São em Tua Burrice?

Registros de uma vigia de chuva

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Trago comigo
oferendas desusadas
entre elas:
Um guarda-chuva de umbigo de madeira,
Um livro com pânicos em branco,
e um violão que não sei abraçar,
Nas costas um sol azul,
nos dedos cigarros invisíveis,
tragava a verdade, e, o sangue de meus amores mortos.
Nunca trouxe tanta coisa,
nunca vim com tão pouco.
Eis a ponte:
na outra margem, alguém me espera,
com um pêssego e um país.

azul.







terça-feira, 27 de abril de 2010



respirar fundo sempre...

nome não tem

Da terra querida
da terra que lida,
explode em ação e sorriso;
o gosto da amplitude,
De mostrar-se, de ver-se e, sentir,
entender todas as nuances
que bate e rebate.
Nomeio as pressas do planeta,
aquece
pressa
menos- pausa
Nenhum guru pra ninguem,
Fome, aurora,
solidão, casca, teoria.
Qual o lado do muro é amarelo?
Das escolhas, a permuta incomplacente de cada nascer,
nomeia o predicado comum de cada dia.

Azul & Jaqueline Bezerra



sábado, 24 de abril de 2010

Benjamim Santos - Teatrólogo

"A minha frente, os olhos, iguais ao do preto e branco que vi,
ao redor deles o tempo fez-se presente, num passado encantante,
descom'passos de errante e ateu,
eu, faço um charme com os dedos, e jogo o cigarro fora,
ele escreve, e olha a Capital,
arremessos, risos, histórias,
acúmulos satisfatórios,
eu faço um charme com os dedos..."

à Benjamim


sexta-feira, 23 de abril de 2010

Encontrei moedas pelo chão, mais não vi ninguem pra me abraçar...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Porém já nascemos livres.






(Foto:Thalita Ciana)
Quis você pra meu amor
E você não entendeu
Quis fazer você a flor
De um jardim somente meu
Quis lhe dar toda ternura
Que havia dentro de mim
Você foi a criatura
que me fez tão triste assim
Ah, e agora, você passa,
eu acho graça
Nessa vida tudo passa
E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela
Que desfolhou, perdeu a cor...


Composição: Carlos Imperial/Ataulfo Alves
interpretação predileta: Clara Nunes
Os olhos reviram
quando suave chega
dispenso a calma
pois tenho pressa:
dos sentidos, do barato que é permitir-se.
Entonteio meu samba,
mas já há muita 'água in brejo' atravessada.
Meus olhos reviram mais,
menos
pausa
Bem vindo seja
beija-flor
enfeita meus dentes amarelos de rotina
na retina teu canto cheira,
de groove em groove, de acaso, tempo e caos.
Beijo de feriado
resfriado de intenção
enforcado dato o samba
olhos no calango
brinco de Manoel de Barros.

azul.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Fernando Pessoa tem um dizer assim:

duas horas te esperei
dois anos te esperaria.
dize:devo esperar mais?
ou não vens porque ainda é dia?

Sinto, sim.

Vir
Ver

nomeações que atrapalham, desejos que se embaralham.

chove bem aqui na minha mão, enquanto eu gozo,
na palma
na cabeça
no seio.
chove bem aqui na minha mão, enquanto eu te olho,
nos olhos
na boca
no coração.
Chove bem aqui na minha mão, enquanto teus braços viram abraços enormes,
na chuva
no vão
no caos
na mentira...

azul.

domingo, 18 de abril de 2010

Que papo, que som?
dataria o gozar do teu olho,
no meu nu, avulsso, aspirante fuzis?

azul.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

eu penso , receio, hoje é que dia?
o dia tem alma?
minha alma faz um dia?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O fazer de poesia, o motivo de tê-la. horas todas.
Vida Carvalho Galvão 22.11.2006
Meu doce.



O sol ensolarará a estrada dela...

terça-feira, 13 de abril de 2010

lucky cup coffee
*

tecnologia traiçoeira
curando com café...
chegando na calmaria
o mundo agora
se revolta.
Com licença, eu posso não ser o seu problema?



Recomendo.


No princípio tudo era riso.
onda e lugar,
rápido e aqui,
montando faixas...
Gosto do fluxo
reparador de cada dia
de horas a fio
fotografando poesias
escrevendo fotografias
testando som e alto,
dinheiro e porém,
lar e doçura,
mente e luar.
Picassos cercam teus dedos sensuais,
quebrado-os em desforma de pés e bocas.

azul OoOo

segunda-feira, 12 de abril de 2010


Francisco Pellé - Raimunda Pinto, Sim Senhor! Theatro 4 de setembro 10.04

.Ow Maquetes Loucas.

domingo, 11 de abril de 2010

A tua presença
Entra pelos sete buracos da minha cabeça
A tua presença
Pelos olhos, boca, narinas e orelhas
A tua presença
Paralisa meu momento em que tudo começa
A tua presença
Desintegra e atualiza a minha presença
A tua presença
Envolve meu tronco, meus braços e minhas pernas
A tua presença
É branca verde, vermelha azul e amarela

Caetano.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

5:21 chego
5:21 entro
5:22 tomo banho
5:28 descanso as costas no colchão
5:30 minha cabeça para
5:31 penso e ligo
5:35 "alô"
5:35 olho pra janela
5:38 ainda ao telefone, volto da chuva que ocorria lá fora.
5:38 penso em Vida
5:40 me preparo pra mandar carinhos baixinho.
5:51 sono
5:51 sono recíproco
5:53 beijos, tchau.
5:55 durmo.

8:24 Renasço da viajem que é o sono.
8:35 volto a esse escrito
8:38 escrevo:8:38.
8:40 outro escrito
8:56 foto.marcação.aliança.para-se.calmaria.café.dia.chuvinha.
9:00 organizar agenda. roupa e pensar.
9:56 volto ao escrito
9:56 escrevo 9:56.
10:00 paro. continuo depois.

13:28 penso e ligo
13:29 pausa de 10 minutos para o almoço.
13:45 passaram mais de 10 minutos.
13:46 prosa
13:48 prosa
13:53 mensagem recebida de algum caro amigo me embrutece
14:02 eu sinto, tú pensa.
14:21 tudo bem, tudo afegão.
14:23 tú desiste. deixa como está.
14:25 meu silêncio me acalma.
14:29 pensar equivocado
14:49 escrevo
15:28 escrevo

15:28 escrevo 15:29.








-Pare, onde estão os seus papéis?
Que papéis?

-Não pode atravessar a fronteira sem eles.
Que fronteira?
-Essa daqui. Precisa de um visto, você tem?
Não
-Então não pode atravessar. Essa é a lei.pare quase pisou em outro país de costas.
O que você é?
Um contrabandista?
Um refugiado?
Um idealista?
O que você é?

Um Ignorante.

-isso talvez passe com o tempo.

(O Pequeno Príncipe, ANTOINE DE SAINT-EXUPERY)

Não tenha medo: nem tudo tem explicação
há mistério em quase tudo, nem todo veludo é azul
o coração sempre arrasa a razão
o que é preciso ninguém precisa explicar
o mundo é muito grande p'ra quem anda de avião
p'ra quem anda sem destino ele cabe na palma da mão
o coração sempre arrasa a razão
o que não tem explicação ninguém precisa explicar
o sol ainda se levanta no meio de tanta confusão
no meio da madrugada ele ilumina o japão
o coração nunca cansa da canção
o que tá escrito na canção
ninguém precisa aceitar
Equívoco.Équivoco.Équivoco.Équivoco.Équivoco.Équivoco.Équivoco



me permiti certas explosões,
descuidando da linguagem.
paira uma indecisão e dúvida, estou invadindo minha própria privacidade?
escrito sem zelo, explosão, sem zelo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

8. abril.

abril me retoma em causa dependência,
de mim, de para com meu lúcido.
experimento-o, sentada num canto,
uma cadeira de plumas, e verde.
quero paredes verdes novamente,
passando filme de água e sal, uns curtas de redes em amor.
quero forma nova, não em belezas, sempre o fui boa em gosto, não em forma
as formas ficam aos olheiros,
aos meus olhos desficam olheiras,
estou de sono e acordar cedo.
nunca mais sonhei ao dormir de dia,
colhia o caos de olhos abertos e vermelhos de notícias.
em mim, geograficamente, um espaço de verde e barro,
vamos pisar no barro? eu diria em meados de ilusão.
no potencializar de agora, digo, o trabalhemos, o façamos rostos dos nossos grandes abraços.
gentil moço, estou gentil, cuidando do teu processo de arrependimento.
meus olhos de mandala continuam, as vezes gigantescos.
olho meuteu grão. está um ser lindo,
está a natureza exercida numa magia social incrível.
eu,
continuo,
te cuidando.
paz e bem,
e espaços muitos, e visões, e caos e rotina, pra te cansar e pensar em prosas de revolta, e de volta.

ao guerreiro.

Computador do caio, quintal dos galvão. num dia de fazer-se prosa.
de lastimar processo de raiva.
eu exercida, ego lúcido, sensual em dedos.






Se segura menina
Que o mundo é grande
e há muitas vidas pra viver,
e mortes também.
Calma que os homens são gigantes processos em massas à modelar,
e gigantes idiotas, gigantes olhos de tortura.
De leve se conquista muito,
pois o condão de descobrir e de reter, e de acumular,
é longo, contínuo e saudável.
Se goste, fale com a brisa,
olhe quadro, pedra, curso, status.
plante e colha, o caos, os andes de egoísmo,
mais ame como cidadão em dias últimos...

azul OoOoO


Semana Dita cuja santa. Canaã. chuva.prosa.choro.saudade.brejo.doçura.bala.olhos.boca.ato.café.escorpião.gia.sorriso.datar.foto.som.tons.rede.aura.vibe.sequencia.processo.corre, corre, corre...



Pra acompanhar o Campari, só ele.
gozo sonoro.


Ando precisando em demasia por esses dias.

Me faz um bolero num copo de ré...


Bom dia blues.
Uma xícara de café nativo?



ai, ai, ai...
Eu Aurora
Eu corpo facista
de circo e de roça
ando cheia de receitas, cheia de azuis,
ando cruel com tais generosidades,
ando tragando ruas, bares e orgias.
ando me querendo sensual
ando escrota em assuntos tais,
ando pisando em palcos e precipícios e,
os apresentando à organismos mais fracos
ando rindo de longe
e sofrendo de perto, em qualidade.
Me dói andar sem política
Me enlouquece as hora de poesias
Me corrói Teresina, das formigas aos cabelos mal lavados,
o fato de não sentar na hora do sonho, no coletivo do rádio,
censurado em repassar.
Me instiga vontade de ouvir vozes antigas
ao menos na capital
E os ismos?
e o som?
e s linhas de revolução? e a sede?
Deixai ó prefeito dos olhares, sem água, sem sonho,
sem juvenil de roupas coloridas, todas as iscas de egoísmo,
até o datar final de tintas e papéis,
meu sonho, de segundo
para nós agora, num estalo:
quebras de redes, quebras de impérios, nenhuma fibra, nenhum técnico facilitar...
O nadismo, hora esquecida,
apenas o chão e o céu como teto,
a dúvida e gozo como fome e suprir-se único de manter-se,
apenas pedras, nuvens ao chão,
pipoca chovendo e crianças de bocas abertas,
talvez Cazuza...
e Chico como Deus,
um jesus novo todos os dias...
aos pés tintas para pintármos o mundo com os pés,
com o sangue de nossos amores mortos.

Azul OOoOo


Ele me diz todos os dias : Todos os dias uma mulher nasce de dentro de seu vestido.
Bukowsky



8 de Abril.
Inicia-se com Doors, leite com mamão e Vida dando bom dia e beijo.
trampos marcados pra amanhã, saudade acumulando, e pressa, de tanto, de cheiro no pescoço, de fúteis bobagens em horas que sentamos.

:)
Eu Descompasso
Eu Puro eu
De salivas desconhecidas
De olhares cruéis
De sexo em tudo
De gozos em ruas do Brasil
De auroras em tetos manifestos
Perambula a bula extinção dos homens,
e, de datações em gêneros constantes, existo eu,
Em encantante mundo de orgias e voltas nas lembranças dos teus cabelos.
Os cosmos falsificados,
Liberam na retina transcedente, o ócio do fim do escrito.

Azul OOoO



Às vezes penso que essa coisa de escrever, de ser metido à escritor é coisa de deprimidos. Sinto cheiro forte de facismo. Idéias facistas, democracia facista, politicamente-correto facista. Homem-de-bem-branco-classe-mérdia-facista. Bom, agora que todo mundo está seguro com seus revóveres em seus guarda-roupas e gavetas, e a perifeira e o morro, seguem com suas chacinas, o campo, seguro com seus jagunços... bom, agora que tudo voltou ao normal, poderemos voltar à novela.



Há quem carregue água engarrafada na bolsa para dar alívio às árvores sedentas do meio do caminho.Há quem dê novo e nobre uso ao que iria para o lixo ou para o limbo. Há os que combatem o efeito cinza das cidades de concreto, colorindo espaços de convivência. Há quem por compaixão, cuide de animais abandonados mais até do que de si. Há também os que criam dispositivos lúdicos a serviço da troca e do encontro. E há ainda os que acendem fogueiras para dar vazão, em tempo real, ao compartilhamento de histórias e memórias. Em comum, o princípio da gentileza como sentimento e atitude capazes de reorientar o mundo e as relações humanas. Em pauta, gestos mínimos de intensidade máxima capazes de gerar mais e mais gentileza.

quarta-feira, 7 de abril de 2010



vidagera.naturezaexerce.vidagera


aos teus olhos. a calma. pega.




Meu amor é um tigre de papel
Range ruge morde, mas não passa.
De um tigre de papel

Numa sala ausente, meu amor presente.
Me prende entre os dentes depois me abandona
Definitivamente (2X)
Range ruge morde
Velho tigre de virtudes
Nas selvas de seu quarto entre florestas cartas
Frases desesperadas
Lençóis
Onde me ama
Furiosas garras meu amor me agarra geme treme chora mata
Um tigre de papel perdido nos lençóis da caça (2X)

Um tigre perdido

Jard's Macalé

Luxúria On Tinta

Minha cama

É meu resguardo

Onde nua navego

Nas asas da ilusão .

*

Hoje até me tapo de negro

Para que a luz que atravessa o vidro

Não me fira.

Azul OOo

Tigres. On papel.

São braços de prata

Que enfeitiça

Encanta

E desgraça.

Blasfêmia


Permitam que a blasfêmia seja dita, ditada uma só vez, a poesia pode salvar-nos...
Eu soluço sobre um livro de poemas, trazido da prisão,eu conheço o motivo
pelo qual as suas mãos têm o cuidado de não quebrar as páginas tão frágeis.

Fique comigo,
não conheces a raiva e nem a tua raiva durará para sempre –
e para onde irias, como te sentirias
quando estivesses farta? Espera um pouco, espera,
espera pelo menos até
que o carteiro chegue com as cartas que só a ti pertencem.

Azul. OoOo